(postado AQUI por Caroline Paier em 18 de Dezembro de 2024 )
Escolher a técnica de teste certa é como resolver um quebra-cabeça: cada peça deve se encaixar perfeitamente para garantir o sucesso. O objetivo de uma técnica de teste é ajudar a identificar as condições de teste, os casos de teste e os dados de teste.
Geralmente usamos uma combinação de técnicas de teste para obter os melhores resultados do esforço de teste!
Não há uma abordagem/técnica universalmente superior, mas sim aquela mais apropriada ao contexto do nosso projeto. Para escolher as técnicas mais apropriadas é necessário que a gente conheça estas técnicas.
Proponho dividirmos essas técnicas em três categorias:
Testes Baseados na Experiência
Usam a experiência de desenvolvedores, testadores e usuários para projetar e executar testes. Combinam frequentemente com técnicas caixa-preta e caixa-branca. Os casos de teste são baseados na habilidade, intuição e experiência do testador com aplicativos e tecnologias similares. Úteis na identificação de testes que podem não ser facilmente encontrados por outras técnicas mais sistemáticas.
Exemplos: Suposição de erro, Teste exploratório, Teste baseado em checklist.
Testes de Caixa Branca
Baseiam-se na análise da arquitetura, detalhes do projeto, estrutura interna ou código do objeto de teste, podem ser usadas em todos os níveis de teste.
Analisemos dois tipos de testes principais: Teste de Instruções e Cobertura, Teste de Decisão e Cobertura.
Teste de Instruções e Cobertura: Testa as instruções executáveis do código, garantindo que cada linha seja executada pelo menos uma vez. 100% de Cobertura de Instrução: Testa todas as instruções, mas não garante cobertura completa das decisões lógicas.
Teste de Decisão e Cobertura: Avalia as decisões lógicas no código e verifica se todas as possibilidades (verdadeiro e falso) são testadas. 100% de Cobertura de Decisão: Avalia todas as decisões lógicas, mas não assegura a correção da lógica interna das estruturas de controle.
Testes de Caixa Preta
Concentram-se nas entradas e saídas do objeto de teste, sem considerar sua estrutura interna. Técnicas de caixa preta podem ser usadas para derivar condições de teste e casos de teste para testes funcionais e não funcionais, também são conhecidas como técnicas baseadas no comportamento.
Analisemos três técnicas de testes de caixa preta: particionamento de equivalência, análise de valor limite e tabela de decisão.
Particionamento de Equivalência: Os dados são agrupados em classes, de forma que todos os membros de uma partição devem ser processados da mesma maneira, contendo valores válidos (aceitos pelo sistema) e inválidos (rejeitados pelo sistema). Para atingir 100% de cobertura, os casos de teste devem abranger todas as classes, incluindo valores inválidos, com pelo menos um valor de cada partição.
Análise de Valor Limite: Usada quando as partições são ordenadas, contendo dados numéricos ou sequenciais, pode ser aplicada em todos os níveis de teste. Os valores limites são os mínimos e máximos (ou os primeiros e últimos valores) de cada partição. Medida pelo número de valores limites testados em relação ao número total de valores de limite identificados, normalmente expresso com uma porcentagem.
Tabela de Decisão: é uma técnica de teste combinatória, útil para testar a implementação de requisitos do sistema que especificam como diferentes condições de combinações levam a resultados diferentes. As tabelas de decisão são uma boa maneira de registrar regras de negócios complexas que um sistema deve implementar, pois assim identificamos as condições e as ações resultantes do sistema.
Como montar uma tabela de decisão:
Linhas: são geralmente montadas com as condições no topo e as ações na parte inferior.
Colunas: correspondem a uma regra de decisão que define uma combinação exclusiva de condições resultando na execução das ações associadas a essa regra.
Os valores das condições e ações são geralmente mostrados como valores booleanos (verdadeiro ou falso).
Uma tabela de decisão completa abrange todas as combinações de condições. Uma tabela pode ser reduzida excluindo-se as colunas contendo combinações impossíveis ou inviáveis, e combinações que não afetam o resultado.
Tabela de Decisão com 4 condições e duas ações.
Exemplo de uma tabela de decisão reduzida, onde a ação 1 é executada quando todas as condições são verdadeiras e a ação 2 é executada quando uma ou mais condições são falsas.
Utilizando a Tabela de Decisão teremos benefícios na identificação dos casos de testes, cobrindo todas as condições de testes e aumentando assim a cobertura e qualidade de nossos testes.
Pode ser aplicada a todas as situações em que o comportamento do software depende de uma combinação de condições, em qualquer nível de teste!
A tabela de decisão é uma técnica que soluciona regras complexas, mas tem uma apresentação simples e intuitiva que facilita a utilização e interpretação por todos os envolvidos no desenvolvimento do sistema.
Conhecer profundamente as técnicas disponíveis é a chave para escolhas estratégicas que economizam tempo, recursos e asseguram a qualidade do software entregue.
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